Quero abraçar o mundo

Eu sempre fui precoce. Troquei as bonecas por garotos cedo demais. Amadureci para lidar com a morte da minha irmã quando ainda era menina demais. Fui mãe novinha de tudo. Mas, agora que acabo de completar 28 anos, eu percebo o quanto sou privilegiada e tenho motivos de sobra para agradecer à precocidade. Graças a ela eu sou mãe de um menino lindo que esbanja saúde, inteligência e bom humor. E, graças à maternidade, cada vez mais eu entendo e admiro os meus pais.
E então eu amadureci para relacionamentos. Passei a entender que quando o assunto é amizade, o que importa não é a quantidade, mas a qualidade. E, que, para amar é preciso admirar.
Graças à precocidade, aprendi o valor e o peso de ser extremamente responsável. Percebi que não há nada mais cativante que a sinceridade. E que manter a auto-estima é o que melhor posso fazer para não sucumbir às desilusões e ter um coração sem tantos remendos.
Agora, sinto que aquilo que vivi cedo demais valeu para que eu valorizasse muito mais a vida e tudo o que eu ainda tenho para aprender, evoluir e crescer. E para que eu sempre rimasse felicidade com intensidade. Afinal, para viver mais alguns vinte e oito anos, se não for intenso, que não seja. E fim de papo.